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O município de Tefé recebe, nos dias 11 e 12 de outubro, a 21ª edição da Feira do Pirarucu de Manejo Sustentável, no Mirante das Mangueiras. O evento marca o início da temporada de comercialização do pirarucu legalmente manejado por comunidades ribeirinhas do Médio Solimões.
Durante a feira, o público terá acesso à venda de pirarucus com documentação regular, emitida no momento da compra, o que permite o transporte do pescado para qualquer região do país. Os consumidores poderão adquirir o peixe inteiro, em cortes ou em filés, comercializados diretamente pelos próprios manejadores.
A atividade é promovida pelo Acordo de Pesca Jurupari Grande, que reúne moradores das comunidades Boca do Jurupari e Novo Tapiira, localizadas próximas à Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã. A feira também funciona como espaço de troca entre comunidades, consumidores e instituições envolvidas com a pauta ambiental.
“A feira, assim como o manejo, é uma festa. É quando mostramos o resultado do nosso trabalho e vemos o reconhecimento da sociedade”, resume o manejador Fortunato de Andrade.
O evento em Tefé faz parte de uma série de feiras que também ocorreram no Quilombo São Francisco do Bauana e no município de Alvarães, movimentando a economia e incentivando o consumo de produtos oriundos da sociobiodiversidade da Amazônia.
Para Ana Cláudia, coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá, a feira também cumpre um papel de combate à pesca ilegal por meio da oferta de alternativas regulares ao consumidor.
“A forma mais inteligente de combater o ilegal é oferecer o produto legal para a população”, afirma.
“As feiras mostram essa acessibilidade e trazem preços justos, adequados à realidade de cada município. Em Tefé, por exemplo, o preço e o volume maior de pescado refletem o perfil econômico local e a capacidade de oferta das comunidades. Depois de dois anos em que o grupo do Jurupari enfrentou dificuldades para pescar a quantidade planejada, conseguir retomar a produção e avançar também na pesca do tambaqui representa um grande passo para a geração de renda e o fortalecimento do grupo”, completa.
O manejo do pirarucu é resultado de uma estratégia que alia conhecimentos tradicionais com suporte técnico-científico, visando o uso sustentável da espécie, historicamente ameaçada pela pesca predatória. Desde o final dos anos 1990, o Instituto Mamirauá atua na região com ações de capacitação e acompanhamento às comunidades envolvidas.
A Feira conta com a assessoria técnica do Instituto Mamirauá e apoio de instituições parceiras como a Prefeitura de Tefé, por meio de diversas secretarias (Produção, Meio Ambiente, Turismo e Comunicação), além do IMTRANS, da Guarda Civil, SEMA/DEMUC, Fundação Amazônia Sustentável (FAS), SEBRAE, IDAM, Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Colônia de Pescadores Z-4 e Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (ADAF).
Com informações da Assessoria*
Por Victoria Medeiros, da Redação da Jovem Pan News Manaus
Foto:Michael Dantas / AFP
